Qualquer trabalhador está muito mais próximo de Wender e Kelvin que das polícias

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ônibus em chamas durante protesto

Desde o último dia 15, a população de Londrina expressa sua revolta contra as mortes de Kelvin, de 16 anos, e de Wender, de 20. Essa revolta, transformada em protestos tidos como “violentos” pela mídia burguesa, já não é mais somente contra o assasinato covarde de dois jovens, mas sim contra o aparato policial.

Os protestos da segunda-feira, 17/02, paralisaram serviços da cidade e causaram danos a bens particulares. Logo, o Secretário de Segurança Pública do Estado foi a Londrina para liderar as operações de “restabelecimento de ordem”, que consistem na massiva presença de policiais e veículos blindados das mais diversas polícias na cidade (inclusive do BOPE) e o início das buscas a fim de criminalizar aquelus que participaram dos atos. Além da movimentação policial, obviamente, os maiores veículos de comunicação do estado se colocaram para condenar ês manifestantes como criminosos e exaltar a função da polícia naquele momento. Pouco se comentou, ou melhor, muito se escondeu que os dois jovens foram mortos com diversos disparos, devido a uma SUSPEITA que a PM tinha sobre o veículo em que estavam. Claramente, não se trata de confronto, já que sequer houve resistência dos jovens à abordagem, mas sim de um extermínio. 

No outro lado da história, as famílias enlutadas lutavam para que o Ministério Público - que inclusive teve sua sede ocupada como forma de pressão - acolhesse a denúncia à PMPR. 

Passados os atos de segunda-feira, em decorrência das operações determinadas pelo coronel Hudson Teixeira, o tratamento dentro da Penitenciária Estadual de Londrina foi endurecido. Em protesto, as famílias dês dententes também foram à porta da penitenciária manifestar-se contra a forma que o sistema prisional trata seus familiares. 

A expressão da população londrinense ressalta aquilo que já é mais do que escancarado: para a polícia e para o Estado, a vida dês trabalhadores é descartável. As polícias existem e operam exclusivamente para a proteção do patrimônio burguês e para repressão da nossa classe. Elas matam, encareceram em massa e torturam com o único objetivo de reforçar a divisão de classes da nossa sociedade. Por isso, já não adianta mais cair no mito conciliador e pedir pela desmilitarização ou desmonte das polícias, é necessário lutar pelo seu fim. A repressão à classe trabalhadora não acabará enquanto existir um aparato estatal com o fim de rondar e punir a população. 

É necessário que mais regiões se somem aos atos contra as mortes de Wender e Kelvin e contra o aparato policial, para que possamos romper com o plano de repressão do Estado e manter a luta pelo fim das polícias mais latente do que nunca no Paraná. Além disso, é urgente que esse ocorrido seja divulgado por outras organizações em seus respectivos meios de agitação (jornais, panfletos, redes sociais), para que o conhecimento sobre a luta ocorrendo em Londrina não fique limitada à cidade, nem mesmo ao estado. Por fim, é importante salientar que, em meio a todo esse cenário, segue correndo o plano do governo de Ratinho Jr. para a militarização em massa das escolas de Londrina e de todo o estado, aumentando ainda mais o poder e influência da polícia na sociedade paranaense. 

Hoje qualquer trabalhador está muito mais próximo de Wender e Kelvin que das polícias.

Pelo fim da polícia, organizar a autodefesa da classe trabalhadora!